sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Fascismo, Nazismo e Socialismo - Percurso Pré-vestibular


Fascismo, Nazismo e Socialismo para você nunca errar
Guia definitivo dos conceitos aceitos pela historiografia oficial


postado em 06/04/2019 10:00 / atualizado em 08/04/2019 10:26  


Os termos "fascismo", "nazismo" e "socialismo" voltaram a ser discutidos nas redes sociais, inclusive por autoridades do governo brasileiro, como se fossem movimentos de esquerda ou equivalentes. Mas você sabe realmente o que eles significaram e as suas bases ideológicas? Vamos esclarecer de uma forma objetiva cada um deles para você nunca errar na sua prova.

Fascismo - O fascismo surgiu em 1919 e tinha como líder o italiano Benito Mussolini, um veterano da Primeira Guerra Mundial. Originário da palavra latina "fascio littorio", tinha como símbolo um feixe de varas amarradas e representava o poder da Roma Antiga em punir e decapitar os cidadãos desobedientes. Apesar de Mussolini ser um ex-socialista, o seu partido foi construído com grupos paramilitares contra políticos de esquerda, judeus, homossexuais, órgãos de imprensa e até mesmo a classe operária. Seu objetivo era criar um regime totalitário de partido único, nacionalista, anti-marxista e militarista.


Em 1922, o Partido Nacional Fascista (PNF) assumiu o poder na Itália. Ele fortaleceu sua influência no país angariando o apoio de industriais, empresários e do Vaticano, e tornou-se referência para regimes autoritários mundo afora - Francisco Franco na Espanha, António Salazar em Portugal e, sobretudo, Adolf Hitler na Alemanha. No quesito social, o partido pouco atuou, pois pregava que as diferenças entre ricos e pobres era natural, e que um sistema no qual os fortes devem prevalecer, os fracos devem ser submissos, aceitando sua condição. A seguinte frase de Mussolini representa bem o significado do fascismo: "Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado."

Apesar de pregar forte intervenção estatal, ser autoritário e contrário ao liberalismo e ao comunismo, o regime Fascista posiciona-se na extrema-direita do espectro político tradicional. O seu programa político é claro em "A Doutrina do Fascismo" (Benito Mussolini, 1932), afirmando: "Somos livres para acreditar que este é o século da autoridade, um século tendendo para a 'direita', um século fascista".

Adolf Hitler com o fascista Conde Galeazzo Ciano. Foto tirada antes da Segundo Guerra Mundial.(foto: Jared Enos - 1938 - original CC)


Nazismo - A palavra Nazismo surgiu da abreviação do Partido Nacional-Socialista ou Partido Nazista alemão. Apesar do nome, não existiu nenhum vínculo do partido com grupos de esquerda, e pela definição atual é considerado um movimento de extrema-direita. O termo "nacional-socialismo" surgiu a partir da tentativa de criar uma terceira via tanto ao socialismo marxista quanto ao capitalismo liberal das elites prussianas que fracassaram na República de Weimar.

Apesar disso, a ideologia rejeitava o conceito de luta de classes, assim como defendia a propriedade privada e as empresas de alemães. Assim como o Fascismo, o Nazismo defendia o controle total do Estado pelo partido, o ultranacionalismo, o militarismo e a crença da superioridade racial, mas em uma forma ainda mais radical. Em 1920, sob a liderança do austríaco Adolf Hitler, os nazistas começam a ganhar adeptos e a se estruturar, tendo como referência o Partido Fascista italiano. Depois de um golpe fracassado em 1924, Hitler escreveu Mein Kampf (Minha Luta - 1924) onde delineou o antissemitismo e o anticomunismo no cerne de sua filosofia política, bem como o seu desdém pela democracia parlamentar e sua crença no direito da Alemanha expandir seu território. Nele, defende temas da extrema-direita, como o argumento de que pessoas "superiores" têm o direito de dominar outros indivíduos e que a sociedade deve expurgar elementos supostamente "inferiores" (esse pensamento é expresso no conceito de “Darwinismo Social”).

Outro ponto que gera uma interpretação errada é a análise de forma superficial de alguns discursos de Hitler nos quais ele exalta o nacional-socialismo como uma vertente do socialismo. O fato era que ele expressava não uma forma tradicional do socialismo marxista, mas sim o socialismo como "exaltação do social".

Em 1933, com o apoio das elites alemãs, Hitler tornou-se chanceler e os nazistas gradualmente estabeleceram um regime unipartidário e totalitário, onde judeus, opositores políticos e outros elementos vistos como "indesejáveis" eram marginalizados, escravizados, presos e assassinados. Em 1934, Adolf Hitler tornou-se o "Führer", líder máximo que levaria a Alemanha e o mundo para a Segunda Guerra Mundial e aos horrores do Holocausto.

Poster de propaganda da União Soviética: por trás da aparência simpática havia uma ditadura brutal que assassinou milhões de pessoas.(foto: Glogster.com)

Socialismo - Refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica
que advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação. O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII, tendo origem na classe intelectual e nos movimentos políticos da classe trabalhadora, que criticavam os efeitos da industrialização e da propriedade privada sobre a sociedade. Karl Marx afirmava que a luta de classes era responsável pela realidade social, e que este conflito inevitavelmente resultaria no socialismo através de uma revolução, e em seguida uma ditadura do proletariado, tornando-se uma fase de transição do capitalismo para um novo modelo de sociedade que não seria dividido em classes sociais hierárquicas, num modelo essencialmente comunista. Nessa última fase não haveria mais propriedade privada.

Socialistas inspirados no modelo "Estado Operário Burocrático" de desenvolvimento econômico têm defendido a criação de economias de planejamento central dirigido por um Estado autoritário que controla todos os meios de produção. Esses regimes socialistas seriam caracterizados pelo domínio de uma casta burocrática; supressão, ou manutenção apenas na forma, dos organismos de base; planificação por essa burocracia, sem controle operário; alta hierarquização no serviço público; fusão de Estado e partido; e supressão da liberdade de imprensa. São exemplos desses regimes, a antiga União Soviética (Rússia atual) a partir da Nova Política Econômica (NEP), China, Coreia do Norte, Cuba e os países do Leste Europeu. Nos dias atuais, permanecem socialistas somente a China, Cuba e Coreia do Norte. Esses regimes são classificados de extrema-esquerda.


segunda-feira, 1 de abril de 2019


Jovem saudita se trancou em hotel para evitar ser devolvida à família: ‘Eles vão me matar’
·         7 janeiro 2019
·         Uma jovem saudita que diz estar fugindo da família por temer pela sua vida se trancou no quarto de um hotel no aeroporto de Bangcoc, na Tailândia, e se recusou a ser deportada.
Autoridades de migração tailandesas queriam levar Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, de volta para o Kuwait, onde sua família se encontrava.
Ela não aceitou embarcar em um voo para Cidade do Kuwait na segunda-feira, apesar das autoridades migratórias estarem de prontidão do lado de fora do seu quarto no hotel.
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"Meus irmãos, familiares e a embaixada saudita estarão me esperando no Kuwait", disse a jovem à Reuters. À BBC, ela afirmou que havia renunciado ao Islamismo e temia ser forçada a voltar à Arábia Saudita e ser morta pela família por causa da fuga.
A renúncia, conhecida como apostasia, é punível com morte na Arábia Saudita.
"Eles vão me matar. Minha vida está em perigo. Minha família ameaça me matar pelas coisas mais triviais."
Organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a ONG Human Rights Watch, manifestaram sérias preocupações em relação à segurança de Mohammed al-Qunun, que desembarcou na Tailândia para fazer uma conexão com destino à Austrália, onde esperava pedir asilo.
Na segunda-feira à noite, o chefe da polícia de imigração da Tailândia, Surachate Hakparn, anunciou que a jovem foi "autorizada a ficar" na Tailândia e que "deixou o aeroporto com a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados)".
Ele disse que o país "cuidaria dela da melhor maneira possível."
"Ela está agora sob a soberania da Tailândia; ninguém e nenhuma embaixada pode forçá-la a ir a lugar algum."
"A Tailândia é uma terra de sorrisos. Não mandaremos ninguém para morrer", acrescentou.
A agência da ONU para refugiados disse, por sua vez, que o pedido de asilo de Mohammed al-Qunun levaria "vários dias" para ser avaliado.
A jovem publicou no Twitter que seu pai havia chegado, "o que me preocupou e me assustou muito". Mas disse que se sentia segura "sob proteção da ACNUR com o consentimento das autoridades tailandesas".
Como o impasse começou?
Mohammed al-Qunun estava de férias com a família no Kuwait quando fugiu. Ela pegou um voo para a Austrália, com conexão em Bangcoc.
A jovem disse que seu passaporte foi apreendido por um diplomata saudita quando desembarcou do avião no aeroporto de Suvarnabhumi no domingo - embora ela insistisse que tinha visto para a Austrália e nunca quis ficar na Tailândia.
Antes de a autorização ser concedida, a embaixada da Arábia Saudita em Bangcoc afirmou que Mohammed al-Qunun estava detida no aeroporto "porque não tinha passagem de volta" e que deveria ser deportada para o Kuwait "onde vive a maior parte de sua família".
Informou ainda que a Arábia Saudita não tinha autoridade para mantê-la no aeroporto ou em qualquer outro lugar, e que as autoridades estavam em contato com o pai dela.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a embaixada da Arábia Saudita na Tailândia negou que Riad tenha solicitado a extradição da jovem.
Como a notícia se espalhou?
Mohammed al-Qunun começou a atrair atenção por meio de postagens nas redes sociais no fim de semana. Ela contou ao BBC Newshour, programa de rádio da BBC, que estava em um hotel na área de trânsito do aeroporto.
"Eu compartilhei minha história e minhas fotos nas redes sociais, e meu pai está com muita raiva porque eu fiz isso... Não posso estudar e trabalhar no meu país, então eu quero ser livre e estudar e trabalhar como eu quiser", disse.
A jovem concedeu acesso à sua conta no Twitter a um amigo, como contingência para o caso de algo acontecer com ela.
Mohammed al-Qunun escreveu no Twitter que tinha decidido compartilhar seu nome e dados pessoais porque não tinha "nada a perder" agora.
E pediu proteção ao Canadá, Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.
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Uma foto publicada na rede social mostrava a jovem trancada dentro do quarto, enquanto as autoridades estariam supostamente do lado de fora, esperando para colocá-la em um voo de volta ao Kuwait.
Por que ela diz temer por sua segurança?
O correspondente da BBC em Bangcoc, Jonathan Head, afirmou que Mohammed al-Qunun estava assustada e confusa.
Ela disse à BBC que havia renunciado ao Islamismo e temia ser forçada a voltar à Arábia Saudita e ser morta pela família.
"Mulheres sauditas que fogem de suas famílias podem enfrentar violência grave de parentes, privação de liberdade e outros danos sérios se forem devolvidas contra sua vontade", afirmou Michael Page, vice-diretor para o Oriente Médio da Human Rights Watch, em comunicado.
Surachate Hakparn, da polícia tailandesa, contou à BBC que Mohammed al-Qunun estava fugindo de um casamento.
Antes de a autorização ser concedida, ele afirmou que polícia negou a entrada da jovem no país porque ela não tinha visto para ficar na Tailândia e estava em processo de repatriá-la pela mesma companhia aérea em que chegou – a Kuwait Airways.
Disse ainda à agência de notícias AFP que essa era uma "questão familiar" e que a jovem "não possuía outros documentos, como passagem de volta ou dinheiro".
O caso de Mohammed al-Qunun lembra o de outra mulher saudita que também tentou fugir para a Austrália em abril de 2017.
Dina Ali Lasloom, de 24 anos, pegou um voo do Kuwait via Filipinas, mas foi levada de volta para a Arábia Saudita do aeroporto de Manila pela família.
Ela usou o celular de uma turista canadense para enviar um vídeo, postado no Twitter, dizendo que sua família a mataria.
Seu destino ao voltar para a Arábia Saudita continua desconhecido.