O processo de reforma democrática fez com que o
líder soviético entregasse o cargo na noite cristã
WALLACY
FERRARI, SOB SUPERVISÃO DE FABIO PREVIDELLI PUBLICAD
O EM 25/12/2021, ÀS
08H00
No começo da noite de 25 de dezembro de 1991, o mundo via, pela última
vez, a bandeira soviética hasteada em Moscou. Momentos antes, o então
presidente da União Soviética (URSS) e secretário geral do Partido
Comunista, Mikhail Gorbachev,
entregava seu cargo como chefe de estado e declarava o fim da longeva união
entre países.
Momentos depois, as capitais ao redor da capital russa trocavam, de
pouco a pouco, a bandeira vermelha com a foice e o martelo amarelo
pela de suas respectivas nações. No caso da sede do governo, a bandeira azul,
branca e vermelha da Rússia era finalmente içada pelos soldados do país após
anos guardada.
Em meio a uma época de tentativas de golpe e acordos que faziam a União
Soviética perder força, a decisão de Gorbachev pareceu a mais
plausível para sair sem problemas; quatro dias antes, 11 repúblicas que
compunham a URSS já haviam migrado para a recém-formada Comunidade dos Estados
Independentes (CEI), desmembrando a união.
Problemas anteriores
Dois meses depois, enquanto Gorbachev se mobilizava
junto a dirigentes das repúblicas a assinar o novo Tratado da União, um grupo
nomeado Comitê Estatal para o Estado de Emergência tentou assumir o poder
em Moscou através
de um golpe, sem sucesso, obrigando o vice-presidente da União Soviética, Gennady
Yanaiev, a ser nomeado presidente interino.
Gorbachev estava na Criméia, concluindo suas férias, e nem chegou a ver o
poderoso comitê que tentou derrubá-lo, composto pelo então chefe da KGB, Vladimir
Kriutchkov; o ministro das Relações Exteriores, Boris Pougo e
o ministro da Defesa, Dmitri Yazov, homens que foram nomeados
justamente pelo chefe de estado.
Em meio a manifestações políticas contrárias e favoráveis ao Estado, o líder preferiu reconhecer o progresso de Ieltsin e encerrar a trajetória da URSS, que durante 69 anos se tornou uma potência de 15 nações soviéticas reconhecidas mundialmente como apenas uma, na noite de Natal.
Gorbatchev e Putin